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Dilma em Londres com Edir Macedo, o chefete de Celso Russomano (foto da Folha de S. Paulo) |
Durante a campanha presidencial o marketing de José Serra foi um completo desastre. Levou porrada da grande imprensa o tempo todo. Agora mesmo estão forçando um empate técnico entre Serra e Russomano. Posteriormente foi noticiado um encontro entre Serra e Russomano, o que por si só é outra grande bobagem cometida pela campanha tucana.
Ora, quem continua na frente da corrida à prefeitura paulistana por enquanto é José Serra.
E vejam agora o que aconteceu em Londres? Um encontro da Dilma com o Edir Macedo, o chefete do Russomano.
Nem tudo que está na grande imprensa dá para acreditar, já que é um cipoal de notas plantadas. Mas seguindo-se a lógica, não há razão para que José Serra, líder em todas as pesquisas, admita o que lhe querem empurrar goela abaixo igualando-o ao Russomano. Tá na cara que é mais uma armação. E esse tal encontro da Dilma com o chefete do PRB é aprova inconteste de que a tucanada paulistana está pisando nas cascas de banana que lhe são atiradas, enquanto Serra pisa nos astros distraído.
Transcrevo a matéria que está na Folha de S. Paulo desta sexta-feira:
A presidente Dilma Rousseff fez ontem uma recomendação ao presidente do
PRB, bispo Marcos Pereira: "Por favor, não me faça aliança com partidos
que não são da base do governo".
O recado, relatado pelo próprio Pereira, ocorre seis dias após um jantar
entre ele e o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra.
Coordenador da campanha de Celso Russomanno (PRB), empatado tecnicamente
em primeiro lugar com o tucano, Pereira se reuniu com Serra para selar
um pacto de convivência durante as eleições.
Pereira diz ter entendido a mensagem. "Ela fazia alusão ao encontro com Serra. Para bom entendedor, uma palavra basta."
Foi Pereira quem abordou o tema durante visita da presidente aos
estúdios da TV Record, em Londres, por conta da Olimpíada. Numa reunião
reservada de Dilma com o dono da emissora, bispo Edir Macedo, e
integrantes da cúpula da Record, Pereira perguntou a Dilma se ela
participaria da campanha.
A presidente, segundo ele, afirmou que pedirá votos onde já há
polarização oposição versus governo, mas que vai esperar o cenário se
desenhar nas cidades onde a base tem mais de um candidato.
Isso ajudaria Russomanno e Gabriel Chalita (PMDB) em São Paulo, mantendo
o ex-presidente Lula como o único cabo eleitoral de Fernando Haddad
(PT).
"Ela disse que tem três candidatos da base no primeiro turno e que vai
aguardar. Isso é bom para nós porque ela está com a popularidade alta e
muita gente votaria em seu candidato", disse Pereira.
Na avaliação do PRB, uma possível neutralidade de Dilma tornará mais
difícil a Haddad crescer em setores médios e conservadores que têm
resistência a Lula.
A presidente já tem se mantido afastada da campanha petista. No início
de junho, rejeitou pedido para gravar um vídeo de apoio a Haddad para
evento que o lançou candidato. A festa foi usada para gravar as
primeiras cenas de seu programa eleitoral.
Recentemente, Russomanno tem feito acenos em direção à Serra, mas trocado farpas com Haddad.
A reunião em Londres é mais um indicativo de que a presidente tem deixado de lado seu perfil de atuação política discreta.
Diante do esfacelamento da aliança com o PSB de Márcio Lacerda em Belo
Horizonte, por exemplo, ela interveio pessoalmente para lançar Patrus
Ananias (PT).
Na conversa em Londres, Dilma também falou sobre crise na Europa e
afirmou que lançará um novo pacote anticrise dentro de três meses, diz o
presidente do PRB, que é bispo da Universal e ex-executivo da Record.
Dilma chegou aos estúdios da emissora acompanhada do ministro do
Esporte, Aldo Rebelo, e da secretária de Comunicação, Helena Chagas.
Recebida por Edir Macedo, visitou as instalações, deu entrevista e teve encontro reservado com a cúpula da TV. Da Folha de São Paulo desta sexta-feira